quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Partida
Partida
Ao ver escoar-se a vida humanamente
Em suas águas certas, eu hesito,
E detenho-me às vezes na torrente
Das coisas geniais em que medito.
Afronta-me um desejo de fugir
Ao mistério que é meu e me seduz.
(...)
A minha alma nostálgica de além,
Cheia de orgulho, ensombra-se, entretanto,
Aos meus olhos ungidos sobe um pranto
Que tenho a força de sumir também.
Porque eu reajo. A vida, a natureza,
Que são para o artista? Coisa alguma.
O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul à busca da beleza.
É subir, é subir além dos céus
(...)
É partir sem temor contra a montanha
Cingidos de quimera e d'irreal;
(...)
É suscitar cores endoidecidas,
Ser garra imperial enclavinhada,
(...)
Ser ramo de palmeira, água nascente
E arco de ouro e chama distendido...
Asa longínqua a sacudir loucura,
Nuvem precoce de sutil vapor,
Ânsia revolta de mistério e olor,
Sombra, vertigem, ascensão - Altura!
E eu dou-me todo neste fim de tarde
À espira aérea que me eleva aos cumes.
Doido de esfinges o horizonte arde,
Mas fico ileso entre clarões e gumes!...
(...)
Em suas águas certas, eu hesito,
E detenho-me às vezes na torrente
Das coisas geniais em que medito.
Afronta-me um desejo de fugir
Ao mistério que é meu e me seduz.
(...)
A minha alma nostálgica de além,
Cheia de orgulho, ensombra-se, entretanto,
Aos meus olhos ungidos sobe um pranto
Que tenho a força de sumir também.
Porque eu reajo. A vida, a natureza,
Que são para o artista? Coisa alguma.
O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul à busca da beleza.
É subir, é subir além dos céus
(...)
É partir sem temor contra a montanha
Cingidos de quimera e d'irreal;
(...)
É suscitar cores endoidecidas,
Ser garra imperial enclavinhada,
(...)
Ser ramo de palmeira, água nascente
E arco de ouro e chama distendido...
Asa longínqua a sacudir loucura,
Nuvem precoce de sutil vapor,
Ânsia revolta de mistério e olor,
Sombra, vertigem, ascensão - Altura!
E eu dou-me todo neste fim de tarde
À espira aérea que me eleva aos cumes.
Doido de esfinges o horizonte arde,
Mas fico ileso entre clarões e gumes!...
(...)
segunda-feira, 30 de maio de 2016
segunda-feira, 16 de maio de 2016
quinta-feira, 12 de maio de 2016
sábado, 30 de abril de 2016
A Justiça
Assisti ao debate no Senado federal sobre a
admissibilidade do Processo de Impeachment da Presidente da República.
Ficou evidenciado, nas intervenções, que os medíocres
raciocinam até onde lhes convém. Todavia, uma vez separado o joio do trigo, revela-se
a existência de algumas mentes brilhantes, em lados políticos opostos, dando
sentido à arte da interpretação jurídica.
A interpretação é a mais antiga atividade do jurista (os
primeiros foram chamados de interpres, conforme Cícero), no entanto, não
existe consenso sobre os métodos, as fontes e os resultados da interpretação.
A rigor,
os métodos de interpretação não oferecem um resultado que seja o único correto.
Na verdade, a hermenêutica jurídica é ineficiente
ao tentar oferecer o exato significado de uma norma. Pode apenas oferecer suas
possíveis significações. Assim, o aplicador do Direito, ao aplicar uma das
várias interpretações possíveis, na verdade, realiza um ato de criação
normativa impregnado de sua própria vontade. E no contexto do debate no Senado
Federal, a vontade subjacente a cada interpretação emanada tinha traços evidentemente
ideológicos.
Na minha
perspectiva de leigo, estou cada vez convencido de que nenhum dos métodos,
processos ou elementos de interpretação é capaz de oferecer um resultado
seguro, objetivo, capaz de evitar fundadas controvérsias.
Assim, dada
a natureza da Casa onde ocorreu o debate, uma vez inaugurada a controvérsia,
parece que o único caminho que se apresenta é a vontade política, exercida à luz de um mundo transdisciplinar, interligado e abrangente.
Todavia,
essa vontade pode até se afastar ligeiramente do Direito, mas nunca da Justiça.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
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